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Foto do escritorArlete Figueiredo de Aguiar Muoio

Em 2012, tive o caso de uma mulher de 52 anos que me procurou para realizar uma perícia em seus e-mails, a fim de rastrear o IP de onde estavam sendo enviadas as mensagens por um homem que ela havia conhecido em um site de relacionamentos.


Após quatro meses de um relacionamento virtual, ele começou a relatar dificuldades relacionadas à mãe, que estava doente em outro país. Alegando residir em Londres, ele afirmava ter problemas para acessar a conta da mãe e precisava de dinheiro para viajar e cuidar dela. Assim, ele começou a solicitar dinheiro à mulher, prometendo reembolsá-la assim que resolvesse os problemas de acesso à conta.


Gradualmente, as remessas de dinheiro através do Western Union aumentaram em valor, sendo destinadas para passagens aéreas, medicamentos e até mesmo produtos de higiene pessoal.

Conhecendo a carência emocional da cliente, especialmente após a recente perda do marido em um suicídio, as pessoas próximas a aconselharam a investigar a verdadeira identidade desse suposto namorado virtual.


Após uma perícia exaustiva de 22 horas, finalmente descobri a verdade por trás dessa farsa. Contrariando suas afirmações, ele nunca esteve em Londres; os IPs apontavam para Gana, na África. Descobri que ele fazia parte de um grupo de criminosos que atacam mulheres em todo o mundo, especialmente brasileiras, fingindo serem refugiados outras pessoas e criando perfis falsos com fotos roubadas de outros perfis. Portanto, eu já havia identificado outros membros desse grupo anteriormente, demonstrando sua organização e alcance global.

Minha cliente, lamentavelmente, havia feito remessas no valor de aproximadamente R$ 100.000,00. Quando confrontada com a verdade, ficou em estado de choque. As fotografias do suposto namorado eram na verdade imagens roubadas de um modelo sênior de uma concessionária de carros em Londres.


Este incidente evidenciou a complexidade e a seriedade dos golpes virtuais, ressaltando a importância de vigilância e cautela ao se envolver em relacionamentos online."

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A solidão entre pessoas com mais de 50 anos no mundo conectado da Internet é uma realidade crescente e muitas vezes silenciosa. Enquanto a tecnologia nos conecta virtualmente, ela também pode criar uma barreira entre as pessoas, especialmente quando se trata de conexões significativas e interações


A geração mais velha pode se sentir isolada em meio à profusão de redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas de mídia digital. Embora essas ferramentas possam fornecer uma ilusão de conexão, elas muitas vezes carecem do calor e da autenticidade das interações face a face.


Para aqueles acima dos 50 anos, a solidão pode ser exacerbada pela falta de familiaridade com a tecnologia ou pela sensação de exclusão digital. Muitos podem se sentir deixados para trás em um mundo que parece estar em constante evolução digital, o que pode levar a um maior isolamento e uma sensação de desconexão.


Além disso, a superficialidade das interações online pode deixar as pessoas mais velhas desejando por conexões mais profundas e significativas. Enquanto trocam mensagens em grupos ou comentam postagens, elas podem ansiar por conversas reais, olhares nos olhos e abraços reconfortantes.


A falta de contato físico e troca de experiências reais pode ter um impacto profundo na saúde mental e emocional das pessoas mais velhas. Sentimentos de solidão podem levar a problemas como depressão, ansiedade e baixa autoestima, afetando negativamente a qualidade de vida e o bem-estar geral.


Para combater a solidão entre pessoas com mais de 50 anos no mundo digital, é crucial criar espaços onde esses indivíduos possam se sentir incluídos e valorizados. Isso pode incluir grupos de apoio online específicos para essa faixa etária, iniciativas comunitárias que promovam a interação cara a cara e programas de educação digital para capacitar aqueles que se sentem excluídos da era digital.


Além disso, é importante reconhecer que a tecnologia é uma ferramenta, mas não pode substituir completamente a necessidade fundamental de conexões humanas reais. Priorizar o tempo para interações significativas offline, seja com amigos, familiares ou grupos com interesses semelhantes, pode ajudar a preencher o vazio da solidão e promover um senso renovado de pertencimento e comunidade.


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